Economia Brasileira: um caminho para se evitar e outro para se construir

Meus caros, desta vez trago a mistura que sempre me instigou para poder pensar sobre prognósticos econômicos, realizar previsões sérias, e também para aquelas traçadas nos botecos da vida (aliás, quando uma sociedade para de conversar sobre economia nos botecos, saiba que o caos ou se instalou, ou se instalará), me refiro aos componentes políticos e econômicos, cujo engendramento garante a tração necessária para a construção da civilização moderna.

Podem espernear, parar de ler o texto ou quem sabe me condenar ao abismo dos articulistas não lidos, e também poderão ficar tranquilos, pois jamais rotularei qualquer crítico de coisas como “membro da elite de alguma cor ou etnia”, mas a minha opinião não mudo, a saber – são nos gabinetes empoeirados das instituições do poder público,  às vezes ridiculamente mobiliados e em meio a ganchos com inúmeros carimbos que a vida econômica é decidida em uma nação como a nossa, tão estatal, tão cartorial, e tão desprovida da voz e da atitude das classes produtivas – que cada vez mais estigmatizadas se acovardam entre críticas suaves e ambiguidades inexplicáveis – talvez justamente por se dar conta do poder esmagador que vem destes escaninhos empoeirados.

Quando empreendedores (e não importa se é a manicure da esquina ou um cotista atuante de um fundo de private equity), executivos, profissionais liberais, e a sociedade em geral constroem uma narrativa majoritária – porque exceções sempre existem, mas não movem montanhas – onde o processo político deixa de receber atenção ao longo da trajetória, para se tornar foco apenas na divulgação das pesquisas de intenção de voto do ano eleitoral, o que se monta para o futuro é obviamente o desastre que poderia ter sido evitado.

O fato é que prosperidade econômica, redução de mazelas sociais, estabilidade e liberdade são ativos que precisam ser defendidos por uma sociedade atuante, e que sobretudo não tolere maluquices ou a manipulação de experimentos perigosos. Nem tanto ao céu e nem tanto a terra, o caminho do meio, onde o senso político centrista se impõe – com medidas de diferentes vertentes, independentemente de rótulos ideológicos, convivendo ou se reciclando, mas jamais distanciadas da razoabilidade – pavimenta um futuro pelo qual vale a pena o sacrifício de cada dia. 

Para elucidar um pouco e pousar neste conturbado ano de 2014, afirmo a minha crença de que o Brasil conta com algumas excelentes instituições invisíveis e sem orçamento público, mas que não menos atuantes se colocam de forma implacável diante de determinadas situações, tal qual o processo inflacionário. O resultado é um país onde as urnas secam em votos para políticos que se descuidam da elevação dos preços, e isso é uma conquista cultural e das melhores.

Mas não podemos parar por aqui, e o momento eleitoral talvez seja o mais apropriado para iniciar (e já com um recado claro traduzido em votos) a edificação de uma sociedade, que assim como no caso da inflação, também não tolere radicalizações, sectarismos e a instigação do ódio entre classes e raças – mesmo que apenas para atiçar as distintas militâncias – pois do contrário, no lugar de união, paz, liberdade e prosperidade, colheremos frustação, tensões desnecessárias, miséria e atraso.

Até o próximo.

Por: Gustavo Chierighini, fundador da Plataforma Brasil Editorial

A Plataforma Brasil Editorial atua como uma agência independente na produção de conteúdo e informação